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Manifestação Nacional contra a Leishmaniose – O cão não é o Vilão.

Escrito por Leonardo (online). Publicado em Animais, Bem Estar Animal, Leishmaniose | 8985 visualizações

Olá pessoal. Hoje foi um dia super legal aqui em Santa Maria, RS. Saímos às ruas na Manifestação Nacional contra a leishmaniose! Para quem ainda não sabe, a Leishmaniose é uma doença causada por um protozoário. Ela é tida como um grave problema de saúde pública, já que o cão é um animal que funciona como reservatório da doença, e através do mosquito, pode transmitir a doença ao homem. Em função disso, o governo brasileiro aprovou uma portaria interministerial proibindo o tratamento desses cães e recomendando a eutanasia. Assim, muitos e muitos cães são mortos a cada ano, muitos sem nem sequer terem a doença, já que o exame sorológico feito pela vigilância sanitária é bastante falho e muitos resultados são falso-positivos. Muitos proprietários, por medo ou falta de conhecimento então, acabam entregando seus cães sem antes fazer um exame de contra prova (parasitológico). Mas existem pontos importantes que devem ser esclarecidos sobre esta doença que está exterminando milhares de cães:

 - o Brasil é o ÚNICO país do MUNDO que ainda proíbe o tratamento com produtos de uso veterinário e recomenda a eutanasia dos cães;

 - nenhum proprietário é obrigado a entregar seu cão para a vigilância sanitária, mesmo que o resultado do sorológico dê positivo. É direito constitucional do proprietário de permanecer com seu cão e buscar confirmação do diagnóstico através de exames de contra prova;

 - A eutanásia dos cães doentes é RECOMENDADA pela portaria interministerial, não é obrigatória;

 - o proprietário tem o direito de tratar seu cão. Embora o tratamento ainda seja proibido no Brasil como consta na Portaria Interministerial do MAPA, muitos proprietários já conseguiram, através de ações judiciais, o direito de permanecer com o cão e tratá-lo;

 - muitos veterinários de áreas endêmicas já tratam a doença aqui no Brasil;

 - a vacina contra a leishmaniose existe, funciona e o cão vacinado PODE ser diferenciado do cão infectado;

 - O tratamento FUNCIONA. Exige comprometimento do proprietário e cuidados de manutenção pelo resto da vida do cão (coleiras repelentes e medicações), mas o cão pode ficar bem e viver com qualidade de vida ao lado de sua família por anos;

 - a eutanásia NÃO FUNCIONA como método de controle da doença, por razões óbvias: o cão não é o único reservatório da doença (gambás, raposas, ratos selvagens entre outros também são reservatórios), para cada cão retirado de sua casa e eutanasiado, outros são colocados em seu lugar (política de reposição) e o ciclo não existe sem a presença do mosquito.

 - não existe transmissão cão-homem, homem-homem, ou cão-cão. Para que haja transmissão, é OBRIGATÓRIO que exista o mosquito, portanto quem tem de morrer é o mosquito, não o cão.

Como vocês viram então, a eutanasia não funciona para controlar a doença, mas o tratamento dos cães e a morte dos mosquitos, sim!! Portanto a hora é essa. Lutamos pelo fim da eutanasia como forma de controle da doença e o direito de tratar esses cães para que eles tenham qualidade de vida ao lado de suas famílias. Muita coisa está mudando ultimamente no que diz respeito à proteção animal, e a luta contra a leishmaniose e o extermínio de cães está se expandindo por todo o país. Então vamos participar, vamos correr atrás, pois juntos somos fortes. Não pensem que a doença está longe…há alguns anos ainda tínhamos o Rio Grande do Sul como área livre de leishmaniose, mas hoje já não mais. Temos a doença em várias cidades gaúchas, as incidências aumentam cada dia mais, independente de raça, tamanho, idade, sexo…todos os cães estão em risco, todos são sucetíveis! Então vá as ruas, posicione-se, mostre a sua cara, pois é somente assim que conseguiremos mudar essa realidade!

Seguem algumas fotos:



Movimento Nacional “O Cão Não é o Vilão – Diga Não à Leishmaniose”

Escrito por Leonardo (online). Publicado em Bem Estar Animal, Leishmaniose | 7842 visualizações

ATENÇÃO! SANTA MARIA PARTICIPARÁ DA MANIFESTAÇÃO NACIONAL CONTRA A LEISHMANIOSE, DIA 20 DE MAIO DE 2012 A PARTIR DAS 10 HODAS DA MANHÃ NA PRAÇA DOS BOMBEIROS! PARTICIPE, CHAME SEUS AMIGOS E VAMOS JUNTOS MUDAR O DESTINO DE MILHARES DE CÃES COM LEISHMANIOSE NO BRASIL!


Em de 14 de julho de 2008, foi expedida a Portaria Interministerial nº 1.426 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Ministério da Saúde, proibindo em todo o território nacional, o tratamento de leishmaniose visceral canina em cães infectados ou doentes com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Atualmente, a principal medida adotada para o controle da doença pelo Ministério da Saúde, é insistir na política de eutanásias de cães, sem respaldo científico, contra todas as evidências de que a eliminação de cães soropositivos em nada repercute na incidência da doença, que se mantém elevada e em expansão pelo país, a despeito de toda a matança promovida.

Ou seja, o Poder Público insiste em ERRAR NAS VERDADEIRAS E EFETIVAS CAUSAS DE CONTROLE DA DOENÇA. PELOS MOTIVOS ACIMA, SURGIU O MOVIMENTO “DIGA NÃO A LEISHMANIOSE, O CÃO NÃO E O VILÃO”, PARCERIA DA SOCIEDADE CIVIL COM A CAMPANHA DA MARLI PÓ, “DIGA NÃO A LEISHMANIOSE”.

Queremos mudanças no controle da Leishmaniose Visceral Canina no Brasil. O que se faz atualmente é o sacrifício indiscriminado de cães, tal procedimento é desnecessário e carente do devido respaldo científico, além de antiético e ineficaz. Não se faz prevenção!

O TRATAMENTO CANINO É DIREITO DO CIDADÃO. DIREITO DE CUIDAR DE SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO E NÃO OFERECER RISCO À SAÚDE PÚBLICA.

A Portaria Interministerial 1426/08, descumpre as normas técnicas do Regulamento Sanitário Internacional, do qual o Brasil é signatário, desrespeita a Declaração Universal do Direito dos Animais, proclamada pela UNESCO em 1978, da qual o Brasil também é signatário, viola a Constituição Federal e demais leis protetivas da vida animal, desrespeita o médico o veterinário como profissional e desconsidera as orientações da OMS- Organização Mundial de Saúde.

Assinem, compartilhem e participe da campanha em sua cidade! Animais e humanos juntos por uma saúde pública mais ética e eficaz!

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N15026

E-mail para inscrição: movimentodiganaoaleishmaniose@gmail.com



Doenças causadas por protozoários

Escrito por Leonardo (online). Publicado em Bem Estar Animal, Leishmaniose, Proteção Animal | 4756 visualizações

Doenças causadas por protozoários (toxoplasmose, chagas, leishmania) e várias viroses (hepatites humanas, por exemplo) não tem cura parasitológica, apenas cura clínica, ou seja, o paciente aloja o parasita em seu organismo,entretanto não apresenta os sinais e sintomas da doença.

Se forem feitos os mesmos exames que se fazem nos cães, em seres humanos,  será constatada a presença de parasitas, o que é absolutamente normal e desejável. A persistência do patógeno no nosso organismo fica funcionando como uma “vacina”, termo chamado de “premunição”.

Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.

É sempre bom lembrar que a leishmaniose, como a dengue, é doença infecciosa não contagiosa: não se transmite por contato. Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A dengue se combate eliminando o mosquito (vetor), a leishmaniose se combate matando o cão (portador)?

O problema da leishmaniose é o manejo negligenciado do controle de vetores, por absoluta ignorância. Na leishmaniose visceral, matar o cão é ato tão inteligente como matar o ser humano para controlar a dengue.

Aos mais refratários, é sempre bom lembrar que na Europa não se eutanasiam cães. Aliás, não há sequer recomendação dos ministérios da saude da Espanha e Itália em recomendar a eutanásia de cães, porque:

1o. não existem trabalhos científicos que comprovem a eficácia da eutanásia,
2o. há vários trabalhos que demonstram que o animal tratado perde muito significativamente o risco de tornar-se um transmissor.

Fonte: Prof.M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Médico Veterinário
andre.fonseca@ufms.br

LEIAM MAIS SOBRE LEISHMANIOSE CLICANDO AQUI!



Leishmaniose: O cão é a vítima, não o vilão!

Escrito por Lain. Publicado em Animais, Bem Estar Animal, Leishmaniose | 7760 visualizações

Olá pessoal. Hoje quero compartilhar com vocês uma mensagem que recebi e que me deixou extremamente feliz! Há alguns meses atrás recebi um e-mai de um rapaz relatando que seu cão Astor estava diagnosticado com Leishmaniose. Ele pedia por orientação acerca do tratamento, pois Astor, um Rottweiler de 4 anos de idade tinha um significado muito grande para a família. Obviamente que sou a favor do tratamento e estimulo os donos a procurarem ajuda quando sinto que eles terão responsabilidade e comprometimento com o animal. Mas porque tratar, se a recomendação da Portaria interministerial é eutanasiar os cães positivos? Simplesmente porque matar não resolve, e tratar sim!

Antes de continuar, gostaria de esclarecer melhor o meu ponto de vista. A leishmaniose é uma zoonose potencialmente fatal. Vários animais silvestres e domésticos albergam o protozoário, que  através de um vetor (mosquito), fecha o ciclo e transmite a doença ao homem. Um dos reservatórios é o cão. Pelo fato de o cão ser o animal mais próximo do homem, ele é tido como o principal vilão na transmissão da leishmaniose, e em função disso milhares de cães são eutanasiados todos os anos no Brasil.

Quem defende a eutanásia destes animais baseia-se no princípio de que ao exterminar o reservatório, acaba-se com a doença. A própria Portaria Interministerial 1.426 de 11 de Julho de 2008 afirma que:

Considerando que não há, até o momento, nenhum fármaco ou esquema terapêutico que garanta a eficácia do tratamento canino, bem como a redução do risco de transmissão;

Considerando a existência de risco de cães em tratamento manterem-se como reservatórios e fonte de infecção para o vetor e que não há evidências científicas da redução ou interrupção da transmissão;

Considerando a existência de risco de indução a seleção de cepas resistentes aos medicamentos disponíveis para o tratamento das leishmanioses em seres humanos; e

Considerando que não existem medidas de eficácia comprovada que garantam a não-infectividade do cão em tratamento, resolvem: (…)

Dessa forma, de acordo com a supracitada portaria, fica proibido o tratamento da leishmaniose visceral em todo o território brasileiro em cães infectados ou doentes, com produtos de uso humano ou produtos não-registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). É recomendada a eutanásia de todos os cães soropositivos ou doentes a fim de frear o avanço da doença e quabrar a cadeia de transmissão.

Porém, vale ressaltar que a Portaria tem pontos falhos e que não condizem com a realidade. Já foi provado que a eutanásia não se constitui em um método eficiente para frear a doença, pois o cão não é o único reservatório do Leishmania sp. Além disso, o mosquito é peça principal na transmissão, e sem ele o ciclo não ocorre e não tem doença. Portanto, devemos exterminar os mosquitos, e não o cão. Outro ponto que merece consideração é a respeito do tratamento. Se sabe hoje que o tratamento de cães com leishmaniose é efetivo, melhora significativamente a qualidade de vida do animal e quando associado ao uso de medidas preventivas como coleiras repelentes e vacinação,  reduz expressivamente a infectividade. Este texto, escrito pelo Médico Veterinário Prof. André Luis Soares da Fonseca, M.Sc., Abordagens atuais no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina deixa bem claro estes aspectos. Já existem vários estudos que mostram inclusive a eliminação de todas as formas do Leishmania sp do cão, ocorrendo negativação no exame parasitológico, ou seja, o cão deixa de ser reservatório da doença. A vacinação também se constitui em um importantíssimo meio de prevenção, e estudos já mostram que cães vacinados são significativamente menos suscetíveis a contrair e também a transmitir a doença:

• Silva et al. 2001. A phase III trial of efficacy of the FML-vaccine against canine kala-azar in an endemic area of Brazil (São Gonçalo do Amaranto, RN). Vaccine: Esse estudo conclui que 92% dos cães vacinados apresentam proteção quando naturalmente desafiados versus 67% do  grupo controle.
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• Parra et al. 2007. Safety trial using the Leishmune® vaccine against canine visceral leishmaniasis in Brazil. Vaccine: Esse estudo conclui que 97,3% dos cães vacinados apresentam-se saudáveis após dois anos da vacinação.
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• Saraiva et al. 2005. The FML-vaccine (Leishmune®) against canine visceral leishmaniasis: A transmission blocking vaccine. Vaccine: Esse estudo conclui que anticorpos de cães vacinados previnem o desenvolvimento das formas promastigotas no flebotomíneo. Assim, a vacina seria bloqueadora de transmissão.

Bem, pontos de vistas devidamente esclarecidos, voltemos ao e-mail em questão. Quando o rapaz me escreveu sobre o Astor, ele estava ansioso e esperançoso de conseguir salvá-lo. Alguns meses se passaram e recebo a seguinte notícia:

Enviado em: qui 15/12/2011 09:39

Para: leotinna@yahoo.com.br

Oi Leo, Tinna, bom dia! Tudo bem com vocês?? lembram do Astor, meu cachorro que estava com Leish e vocês me incentivaram a cuidar dele? eu e minha familia estamos muito felizes, pois ele melhorou! ele toma os remédios diariamente ainda, o veterinário vem de vez em quando pra checar, mas ele está perfeitamente bem! Em anexo segue algumas fotos dele, e fiquem a vontade para colocar no mural sim!!!
Abraços!
Vinicius

Este e-mail me deixou extremamente feliz! É maravilhoso receber esse tipo de notícia e ter a certeza de que estamos no caminho certo, que a informação é a nossa maior arma, que educando e esclarecendo conseguimos mudar conceitos e atitudes. Veterinários, não tenham medo, tratem. Hoje, assim como o Vinícius, já existem muitos proprietários alcançando, mesmo que na justiça, o direito de permanecer com o cão e tratá-lo. Não se omitam, se informem, a omissão e falta de informação é o pior dos problemas. Aos proprietários, tenham em mente que a permanência do cão é um direito seu, que a vigilância sanitária não tem poder de lei para levar o animal à força e que tratar é possível sim e trás uma melhora considerável na qualidade de vida do animal. Portanto se o seu cão tem tanta importância em sua vida quanto tem o Astor na vida do Vinícius, não o mate: TRATE.

Seguem agora algumas fotos do lindo Astor, tratado e curado! Vejam que coisa mais linda!!!! Parabéns, Vinicius, por não ter desistido do seu amigão!



Leishmaniose – Porque tratar?

Escrito por Leonardo (online). Publicado em Animais, Bem Estar Animal, Leishmaniose | 3859 visualizações

Sinteticamente, as razões que fundamentam o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC) são consistentes e de várias ordens, quais sejam: 1) técnica; 2) ética; e 3) jurídica.

Ordem técnica: o tratamento da LVC leva à cura clínica da doença, podendo a sorologia continuar positiva, o que apenas indica um prévio contato com o parasita, como acontece em outras doenças por protozoários, como na toxoplasmose e na doença de Chagas. Há um amplo arsenal de medicamentos que podem ser utilizados e o preço do tratamento, dependendo das drogas, é bem acessível. O receio de resistência medicamentosa é inerente no tratamento de qualquer doença infecciosa e não se justifica. O combate à LVC reside no controle do vetor. Se na dengue o controle do vetor é suficiente, por que para a LVC não é?