Abrigos de animais. Precisamos deles ou não?
Olá pessoal. Mais um “Momento Léo Fox”, dessa vez com um toque bem grande de indignação…Hoje o assunto é ABRIGOS DE ANIMAIS, necessitamos deles ou não?
Juro que não consigo entender as pessoas que acham que colocar um cão em um abrigo superlotado onde ele mal consegue se mexer (isso se não morrer por um pouco de ração, ou por brigas, ou por pisoteio) é melhor do que deixá-lo na rua. A rua nem sempre é a pior opção, e é necessário entender isso com urgência. Vamos ver agora a diferença entre um abrigo de cães e gatos considerado “ideal” e os abrigos que dispomos atualmente:
Como deveriam ser:
- Possuir bons gestores;
- Prestação de contas e transparência financeira;
- Número limitado e controlado de animais;
- Doações de animais castrados e em boas condições de saúde;
- Contar com assistência veterinária;
- Não recolher mais animais do que a lotação ideal suportada;
- Local seguro e higienizado;
- Ter apadrinhamentos (ração, medicamentos, etc);
- Animais separados por temperamento, idade, condições de saúde;
- Possuir área para isolamento para o caso de doenças infecto contagiosas;
- Fazer educação para a Guarda Responsável.
Como são:
- Superlotação;
- Espaço inadequado;
- Falta de higiene;
- Não possui nenhum tipo de fonte de recursos;
- Não possui apadrinhamentos;
- Animais são recolhidos sem controle;
- Não são castrados, reproduzem-se indiscriminadamente;
- Não há área para isolamento;
- Os animais não são doados e ficam todos juntos no mesmo local (idosos, filhotes, adultos, doentes, saudáveis), e quando são doados, não existe a nevessidade de esterilização prévia;
- Ocorrem brigas com freqüência;
- Local do abrigo serve como desova para ninhadas e animais adultos;
- Falta ração, faltam cuidados veterinários, falta controle sanitário.
Como podemos ver, portanto, os abrigos existentes por aí estão longe, muito longe de serem ideais. O que vemos com bastante frequência é um amontoamento de cães e gatos que mal conseguem se mexer, não possuem o mínimo de condições de bem estar, não comem adequadamente, não recebem cuidados veterinários, brigam, matam ou morrem. Não castrados, reproduzem-se desenfreadamente. Não havendo captação de recursos, sugem os apelos desesperados nas redes sociais, implorando por ração, remédios, roupinhas, caminhas etc. Não há higiene, cães e gatos vivem entre seus próprios dejetos. Não há área de isolamento, ocorrendo os surtos de cinomose e parvovirose (cães), PIF, FIV, FeLV (gatos). Ao tornar público o local do abrigo, ninhadas e mais ninhadas são desovadas, contribuindo ainda mais para a superlotação. Muitos donos dos abrigos se recusam a doar os animais alegando apego, o que acaba levando ao colecionismo. Os animais sofrem, sentem medo, são intimidados uns pelos outros, não conseguem comer direito, nem beber água, nem dormir, não brincam, não se distraem…e ainda tem gente que acredita que essa é a melhor opção.
Pois não é. Abrigos são de longe a melhor opção, estão entre as piores, na verdade.
Mas aí você pode estar se perguntando nesse exato momento: “sim, mas se abrigos não funcionam, o que fazer então? Deixar o animal na rua?”
Muitas vezes a rua não é o pior local, se houver o mínimo de comprometimento por parte da proteção animal e da comunidade. Aí entra o conceito de C.E.D. (Captura, esterilização e devolução). Fazer C.E.D. funciona, e trás mais bem estar ao animal, evitando procriação e mais filhotes abandonados. Retira-se o animal do seu local de origem, castra-o e devolve-se ao local de onde ele foi retirado. Exceções à isso são animais de risco, que estejam doentes ou sem condições de ser mantidos na rua, nesses casos é imperativo assistência veterinária e lar temporário até que a adoção se concretize. Mas cães e gatos em bom estado geral podem viver na comunidade sim! Obviamente que deve haver comprometimento de todos, e para isso existe a educação para a guarda responsável. Cada um se compromete, alimenta, cuida, dá carinho, atenção, banhos…não é preciso que apenas uma pessoa faça muito, mas se cada um fizer um pouco, já será o suficiente. Cães e gatos comunitarios castrados podem viver muito bem até que se consiga um lar responsável, sem que haja a necessidade de atirá-los em abrigos superlotados.
Então, você já tinha pensado nisso? Que existem sim alternativas à construção de abrigos, alternativas simples e baratas, que podem ser colocadas na prática desde que haja um pouquinho de comprometimento da parte de cada um? C.E.D., lar temporário, educação da comunidade para a guarda responsável, não procriação, não abandono…tudo isso são ideias fáceis e práticas que vão mudar a vida desses animais, podendo inclusive diminuir substancialmente os índices de abandonos e maus tratos que vivenciamos atualmente. PENSE NISSO, e faça a diferença. NÃO À ABRIGOS, SIM À CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DE CÃES E GATOS COMUNITÁRIOS.
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