Doenças causadas por protozoários
Doenças causadas por protozoários (toxoplasmose, chagas, leishmania) e várias viroses (hepatites humanas, por exemplo) não tem cura parasitológica, apenas cura clínica, ou seja, o paciente aloja o parasita em seu organismo,entretanto não apresenta os sinais e sintomas da doença.
Se forem feitos os mesmos exames que se fazem nos cães, em seres humanos, será constatada a presença de parasitas, o que é absolutamente normal e desejável. A persistência do patógeno no nosso organismo fica funcionando como uma “vacina”, termo chamado de “premunição”.
Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.
É sempre bom lembrar que a leishmaniose, como a dengue, é doença infecciosa não contagiosa: não se transmite por contato. Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A dengue se combate eliminando o mosquito (vetor), a leishmaniose se combate matando o cão (portador)?
O problema da leishmaniose é o manejo negligenciado do controle de vetores, por absoluta ignorância. Na leishmaniose visceral, matar o cão é ato tão inteligente como matar o ser humano para controlar a dengue.
Aos mais refratários, é sempre bom lembrar que na Europa não se eutanasiam cães. Aliás, não há sequer recomendação dos ministérios da saude da Espanha e Itália em recomendar a eutanásia de cães, porque:
1o. não existem trabalhos científicos que comprovem a eficácia da eutanásia,
2o. há vários trabalhos que demonstram que o animal tratado perde muito significativamente o risco de tornar-se um transmissor.
Fonte: Prof.M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Médico Veterinário
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