Protesto contra a eutanasia de cães com leishmaniose
LEISHMANIOSE - Protesto reuniu defensores dos animais no Centro
As dores fortes que ainda sente impediram que Mimoso andasse por mais de duas quadras. Mas, mesmo caminhando devagar, o cão que, em outubro do ano passado, foi preso ao parachoque de um Fusca e arrastado pela rua era figura simbólica em um protesto a favor da vida dos animais. Ele e mais alguns cachorros acompanharam os integrantes do Clube Amigo dos Animais e outros apaixonados por bichos, no sábado, em uma manifestação contra a matança de cães com leishmaniose.
A morte dos cachorros foi a alternativa encontrada pelas autoridades para combater a leishmaniose em São Borja, onde há focos da doença. A justificativa é que, como não há vacina, e os mosquitos que picam um cachorro infectado passam a transmitir a leishmaniose, a única solução seria matar os animais. Por aqui, apenas um cachorro teve a doença diagnosticada e foi morto, em março. Ele teria vindo doente da fronteira.
A morte dos cachorros foi a alternativa encontrada pelas autoridades para combater a leishmaniose em São Borja, onde há focos da doença. A justificativa é que, como não há vacina, e os mosquitos que picam um cachorro infectado passam a transmitir a leishmaniose, a única solução seria matar os animais. Por aqui, apenas um cachorro teve a doença diagnosticada e foi morto, em março. Ele teria vindo doente da fronteira.
Mas há quem discorde que a morte seja a melhor solução, entre eles, os cuidadores de Mimoso – que já foi adotado – e de sua turma.
Com cartazes e faixas, o grupo se encontrou na Praça Saturnino de Brito e desceu pela Rua Doutor Bozano até a Praça dos Bombeiros. Lá, rezaram pedindo mudanças na política de saúde pública. Segundo a veterinária Marlene Nascimento, existem outras formas de tratar a doença.
– Queremos conscientizar a população. Há países que tratam animais com leishmaniose. Matança não resolve o problema – diz Marlene.
Segundo especialistas, matar os cães é errado porque o único vetor da leishmaniose é o mosquito-palha. O cachorro não transmite a doença. Limpar o pátio de casas, por exemplo, seria mais eficiente.
Lixo – Os manifestantes acham importante que resíduos de outras cidades não sejam depositados aqui. A preocupação surgiu porque o lixo de São Borja vem para Santa Maria. O temor, é que o mosquito transmissor da doença venha junto com os resíduos, embora não haja confirmação que isso já tenha ocorrido.
A leishmaniose é infecciosa e tem cura na maioria dos casos. É causada por um parasita transmitido pela picada do mosquito-palha.
Fonte: Diário de Santa Maria On Line - 20 de abril de 2009
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